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Portugal no Mundial de Seleções de Marcha Atlética 2024

Portugal no Mundial de Seleções de Marcha Atlética 2024

Imagens:  WA e fb RaceWalk Pictures. Montagem: O Marchador

A Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) divulgou hoje a convocatória para o Campeonato do Mundo de Seleções de Marcha, evento que terá lugar na cidade turca de Antália, já no próximo dia 21 de abril.


A seleção, que tem em vista a participação na Estafeta Mista, resume-se a 4 atletas (2 masculinos e 2 femininos), a saber:

Inês Mendes – Sport Lisboa e Benfica
João Vieira – Sporting Clube de Portugal
Rui Coelho – Sport Lisboa e Benfica
Vitória Oliveira – Sport Lisboa e Benfica

A referida convocatória não especifica quem fará parte das duplas, admitindo-se que estas sejam formadas por João Vieira/Vitória Oliveira e Rui Coelho/Inês Mendes.

Tendo em conta os critérios federativos para a Estafeta Mista por «Marcas de Qualificação», fixadas em 1:24:00 (masculinos) e 1:34:00 (femininos) e a serem obtidas no período de 1 de novembro de 2023 a 31 de março de 2024, conclui-se que nenhum dos atletas selecionados as tem ou atingiu.

Assim, a própria FPA que nada fez para proporcionar a realização de eventos nacionais sobre 20 km (optou por campeonatos sobre 10 km e 15 km nesse período), socorre-se assim de outros critérios para selecionar atletas sem as marcas de qualificação que estipulou, como « … considerar tecnicamente justificável e enquadrado em eventuais objetivos coletivos … », sem dizer quais, e ainda « … convocar atletas englobados no Projeto de Preparação Olímpica e/ou que estejam bem posicionados no “Road to Paris” … ».

Sabendo-se que, na prova de estafetas, serão 22 as equipas selecionadas automaticamente em Antália para os Jogos Olímpicos de Paris, a World Athletics regulamentou que cada país poderia apresentar até três equipas. Estranhamente, a FPA, nos seus critérios de seleção, restringiu esse número, indicando « … podendo serem selecionadas no máximo 2 equipas», impossibilitando dessa forma a ida de uma terceira equipa!

Cabe perguntar: por que carga de água se limitou a participação a duas equipas, quando o limite internacional era de três? Que visão de planeamento do alto rendimento da marcha prevaleceu para se chegar a essa decisão? Que expectativas havia em relação à qualidade e à capacidade de evolução dos marchadores portugueses?

Por outro lado, torna-se evidente a contradição entre a não seleção de atletas para as provas de 20 km e para as dos sub-20 (por falta de marcas de referência alcançadas pelos atletas) e a opção de agora selecionar atletas para as estafetas igualmente sem marcas de referência. Sendo até louvável a selecção dos quatro atletas identificados acima, o mau planeamento da época pela FPA conduziu a esta circunstância de acabarem por ficar arredados da participação em Antália atletas que teriam lugar na selecção nacional, pelo menos à luz da regulamentação internacional. Sim, havia condições para Portugal ter uma terceira equipa!

Para as provas individuais de 20 km masculinos e femininos e de 10 km sub-20 masculinos e femininos, não haverá representação portuguesa em Antália. Numa competição em que Portugal também conquistou pergaminhos ao longo das participações iniciadas em 1987, torna-se cada vez menos compreensível que o nível da marcha atlética portuguesa tenha descido a este ponto em que já nem é possível ter sequer um atleta em qualquer dessas quatro provas (do total de cinco do programa).

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